O município de Picos está situado na Microrregião dos Baixões Agrícolas Piauienses, com uma área de 816 Km2, representando 0,33% em relação à área do Estado, possuindo áreas descontínuas. A sua distância da capital em linha reta é de 264 Km e de 310 Km pela Br-316, limitando-se, ao Norte, com os municípios de Sussuapara, Santana do Piauí e Santo Antônio de Lisboa; ao Sul, com o município de Itainópolis; ao Leste, com o município de Geminiano e a Oeste, com os municípios de Dom Expedito Lopes e Paquetá.
A sede municipal tem uma altitude média de 206 metros acima do nível do mar, com posição geográfica determinada pelo paralelo de 7º04’40” de latitude sul, em sua interseção com o meridiano de 41º28’02” de longitude oeste. O clima é tropical megatérmico, muito quente e semi-árido, com duração do período seco de 7 a 8 meses e precipitação pluviométrica média anual em torno de 812mm, apresentando irregularidade na distribuição ao longo do ano, com 70% das chuvas concentradas de janeiro a março e apenas 5% do total anual nos meses de maio a outubro. A temperatura máxima é de 39ºC, e a mínima é de 22ºC, com temperatura média anual em torno de 27ºC. A primavera normalmente costuma registrar as temperaturas máximas diárias mais elevadas, enquanto o inverno é um pouco ameno.
O excesso e o déficit pluviométricos atingem uma média de 53% e 37%, respectivamente, e a umidade relativa do ar fica em torno de 60%, índice que decai sensivelmente na época da estiagem, em conseqüência da intermitência dos cursos d’água, em regime pluvial, e ainda da vegetação bastante esparsa e seca nessa época do ano.
O relevo do Município apresenta, de forma geral, modelado em rochas sedimentares arenosas com topografia suavemente ondulada, dissecada, em formas tubulares, que correspondem às chapadas. Na área principal, a do Sul, as elevações de destaque são as Serras: da Fava Preta; do Pau d’Arco; do Arabutão; do Jatobá; do Pai Amaro; do Coroatá; e da Atalaia, considerada o ponto culminante do Município; do Gentio (lugar onde o Autor deste livro nasceu, na parte baixa, à margem direita do rio Guaribas, e de lá, da calçada da casa dos seus pais, de frente para o nascente, avista-se a Serra da Atalaia, apresentando-se de longe com forma de um cachorro ou de um boi (corpo, pescoço e cabeça), em distância de 25Km (no caminho a animal) para Picos, e as chapadas do Urubu e de Altamira, além de vários serrotes e morros. A altitude varia de 200 a 500 metros. Na área descontínua, destacam-se as Serras do Batista, das Cutias e de Buenos Aires, oscilando a altitude entre 300 e 500 metros.
Na rede hidrográfica da porção Sul, os principais rios são o Guaribas que, periodicamente, transborda, inundando as zonas ribeirinhas, o que foi observado com maior intensidade nos anos de 1960, 1969, 1973 e 1974, nos meses de março e abril, em cujas margens está a cidade de Picos, e o Itaim, sendo o território drenado por inúmeros riachos, como o riacho Vermelho, o riacho dos Macacos e o Riacho São João. As lagoas são comuns, como as dos Pereiros, da Carnaúba, do Carcará, a do Mato, dos Pilões e das Abóboras. Na área descontínua, destacam-se o rio Guaribas e os riachos Cana Brava e Bananeiras. O município possui o maior lençol freático da região.
Distingue-se em Picos várias unidades de solos, dentre as quais abrangem maior área os Solos Litólicos e Areias Quartzosas.
Há associação de solos raros, pouco desenvolvidos, bastante suscetíveis à erosão moderada e acentuadamente drenados e com restrições ao uso agrícola, devido, principalmente, à pouca profundidade (solos litólicos). Há também os solos profundos arenosos, ácidos, de baixa capacidade de retenção de umidade, de fertilidade natural (areias quartzosas). A leste, corre grande mancha de solo profundo bem acentuadamente drenado, ácido e bastante poroso e de baixa fertilidade natural (latossolo vermelho-amarelo). Tais latossolos aparecem também associados a solos medianamente profundos, formados pela mistura de partículas finas e concreções, bem drenadas, ácidas e de baixa fertilidade natural (solos concrecionários latéricos).
A vegetação do Município é do tipo não florestal, predominantemente arbustivo, decíduo, sub-xerófilo e caatinga arbustiva. Ela se apresenta sob dois aspectos: arbustivo aberto e o arbustivo denso. Em ambos os casos é comum a jurema preta, o faveiro, a macambira, o marmeleiro e a catingueira. Nos vales, por vezes rasos e muito abertos, há juazeiros e catingueiras. As atividades agropecuárias e o extrativismo (babaçu e carnaúba) modificaram substancialmente a vegetação original, tornando-se difícil a sua regeneração natural.
Na sede do Município, além dos solos litólicos, ocorre o tipo “Podzólico Vermelho-Amarelo Equivalente Eutrófico e Latossolo Vermelho-Amarelo textura média”. São solos profundos e fortemente drenados, com fertilidade natural, variando de alta a média. Nessas condições, a cobertura vegetal apresenta-se idêntica a dos Solos Litólicos, porém muito arrasada pelo uso agrícola, sobretudo no vale dos Rios São João e Guaribas.
A cidade de Picos está situada no quilômetro zero da Transamazônica, servida pelas rodovias Federais BR-230, BR-316, BR-407 e BR-020; pela Estadual PI.-245; pelas ligações rodoviárias Picos – Itainópolis, Picos – Bocaina, Picos – Francisco Santos, Picos – Monsenhor Hipólito, Picos – Paquetá, Picos – São José do Piauí e ainda ao povoado Saco do Engano e por mais de 60 rodovias municipais.
Com essa situação, Picos ocupa posição geográfica estratégica que lhe transformou em um dos maiores entroncamentos rodoviários do Nordeste e pólo de desenvolvimento da região, com expressivos indicadores de natureza econômico-financeira, agropastoril, industrial, política e social, polarizando mais de 20 cidades circunvizinhas, tendo sobre elas influência e ainda mantendo intercâmbio comercial direto com os Estados do Maranhão, Pará, Amazonas, Ceará, Pernambuco e Bahia, como a porta de acesso e saída de terras piauienses.
A cidade possui vários bairros, dentre eles: Junco, Paraíbinha, Pedrinha, Cohab, São José, Passagem das Pedras, Ipueiras e Canto da Várzea. Já no interior, os principais centros de povoamento são as localidades: Saco do Engano, Altamira, Coroatá, Chapada do Mocambo, Riachão, Serra, Angical, Torrões, Aparecida, Aroeira, Muquém, Sítio, Lagoa dos Félix, Sadio e Lagoa Seca.
A população do município de Picos tem apresentado crescimento considerável, com povoamento muito intenso, o que se observa pela densidade demográfica, que passou de 11,5 para 84,48 habitantes por quilômetro quadrado, de 1950 para 2000, tornando-se o mais populoso entre todos os que integram a Microrregião dos Baixões Agrícolas piauienses, já tendo ocupado o 2º lugar, em 1950, passando para 4º lugar, em 1970, em todo o Estado, consoante quadro a seguir:
Município de Picos-Piauí – Aspectos Demográficos
ANO |
áREA |
POP. |
POP. |
POP. |
POP. |
POP. |
DENSID. DEMOGR. |
TAXA |
P E A |
1950 |
4.756 Km2 |
54.713 |
27.133 |
27.580 |
4.568 |
50.145 |
11,5 |
8,35 |
- |
1960 |
3.631 Km2 |
50.102 |
24.822 |
25.280 |
8.176 |
41.926 |
13,8 |
16,32 |
16.388 |
1970 |
2.048 Km2 |
52.747 |
25.795 |
26.963 |
18.092 |
34.655 |
25,76 |
34,30 |
16.039 |
1980 |
2.048 Km2 |
71.065 |
34.476 |
36.589 |
33.098 |
37.967 |
34,70 |
46,57 |
24.327 |
1991 |
1.858,7 Km2 |
78.409 |
37.625 |
40.784 |
45.571 |
32.838 |
42,18 |
58,12 |
27.890 |
2000 |
816 Km2 |
68.932 |
33.133 |
35.799 |
52.514 |
16.418 |
84,48 |
76,18 |
- |
Fonte: Censos do IBGE
Acontece que se pode verificar no quadro o quanto o município tem sofrido em termos de redução de sua área geográfica para a constituição de novos municípios, cuja área territorial de 4.756Km2, em 1950, passou para apenas 816Km2, em 2000.
Nos últimos 50 anos, as mulheres são a maioria da população, permanecendo mais ou menos estável essa participação no total da população, em todo o período.
Outro aspecto importante é o crescimento gigantesco da taxa de urbanização da população, que passou de 8,35%, em 1950, para 76,18%, em 2000, indicando a grande migração das populações rurais para a cidade de Picos, embora haja também fluxos migratórios dos municípios vizinhos e ainda de outros Estados.
A população economicamente ativa (PEA) tem permanecido mais ou menos constante, no período observado, em relação ao total da população, representando em torno de um terço aproximadamente.
A distribuição da população do município de Picos por grupo de idade e por sexo, no ano de 1991, está indicada no quadro a seguir, com maior concentração, em primeiro lugar, na faixa de 5 a 9 anos e, em segundo lugar, na faixa de 10 a 14 anos, apresentando apenas 474 pessoas com 80 anos ou mais de idade:
Município de Picos–1991 – População por Grupo de Idade e por Sexo
Grupo de Idade |
População por Grupo de Idade e por Sexo |
||
T o t a l |
Homens |
Mulheres |
|
Menos de 1 Ano |
1.824 |
938 |
886 |
1 Ano |
1.838 |
926 |
912 |
2 Anos |
1.899 |
945 |
954 |
3 Anos |
1.889 |
983 |
906 |
4 Anos |
1.943 |
977 |
966 |
5 a 9 Anos |
9.722 |
4.884 |
4.838 |
10 a 14 Anos |
9.683 |
4.781 |
4.902 |
15 a 19 Anos |
9.057 |
4.301 |
4.756 |
20 a 24 Anos |
7.546 |
3.404 |
4.142 |
25 a 29 Anos |
6.698 |
3.029 |
3.669 |
30 a 34 Anos |
5.271 |
2.443 |
2.828 |
35 a 39 Anos |
4.201 |
1.977 |
2.224 |
40 a 44 Anos |
3.873 |
1.835 |
2.038 |
45 a 49 Anos |
3.247 |
1.521 |
1.726 |
50 a 54 Anos |
2.718 |
1.332 |
1.386 |
55 a 59 Anos |
1.988 |
924 |
1.064 |
60 a 64 Anos |
1.685 |
841 |
844 |
65 a 69 Anos |
1.381 |
666 |
715 |
70 a 74 Anos |
877 |
425 |
452 |
75 a 79 Anos |
595 |
280 |
315 |
80 Anos ou Mais |
474 |
213 |
261 |
Total da População |
78.409 |
37.625 |
40.784 |
Fonte: Censo do IBGE
A população estimada do município de Picos, para 2001, foi da ordem de 69.836 habitantes, apresentando crescimento de 1,31% em relação ao ano de 2000.
Os assentamentos no Registro Civil tiveram o comportamento constante no quadro a seguir, com números bem maiores para nascimentos em comparação com os números de casamentos e óbitos:
Município de Picos – Registro Civil
Registro Civil |
1975 |
1980 |
1985 |
1990 |
1996 |
Nascimentos |
2.692 |
4.495 |
1.959 |
2.462 |
3.181 |
Casamentos |
428 |
585 |
539 |
624 |
590 |
óbitos |
456 |
286 |
269 |
272 |
341 |
voltar