Características Fundamentais e Observações Diversas



Como Características, pode-se entender as particularidades que distinguem uma pessoa, uma Família, como atributos que identificam essa pessoa ou Família em um conjunto maior. Nessas Características, procurou-se destacar especialmente as fundamentais, entendidas assim como as Características básicas, essenciais, próprias da pessoa, da Família LUZ.
Ao procurar examinar e identificar as Características Fundamentais da Família Luz, não se tem em mente perscrutar todos os aspectos individuais das pessoas que compõem esta Família, porque assim seria um outro livro específico sobre esse panorama abrangente e haveria de se recorrer a pesquisas sistematizadas mais profundas e particularizadas, bem como análises específicas de cada aspecto, para então se chegar às conclusões para trabalho dessa natureza.
Nesse caso, poderia até se partir do princípio da individuação, envolvendo os aspectos da matéria e da forma substancial, em que uma espécie, como a humana, pode comportar indivíduos múltiplos, isto é, comportar seres ao mesmo tempo idênticos (tendo todos a mesma natureza) e distintos (uma vez que um não é o outro), conforme nos ensina o professor Régis Jolivet.
Não foram adotados os métodos dos testes (pesquisas ou questionários), com vista a se observar reações psicológicas de pessoas em número considerável e diante de uma situação ou mesmo de um fato, objetivando identificar comportamentos, agrupando-os pela freqüência em escala de predominância.
Há de se considerar as diferenças individuais que resultam da hereditariedade, das influências do meio, das condições de educação que as pessoas recebem e ainda dos esforços voluntários despendidos por cada um, durante toda a vida, proporcionando a cada pessoa Características distintas e qualidades individualizadoras, indicando que entre as pessoas estão todos os graus e matizes de diferenças visíveis e invisíveis.
Em razão da sua própria natureza, a pessoa humana, composta da união substancial de alma e corpo, é dotada de faculdades mentais, de sistema nervoso e de órgãos sensoriais, indicando  possibilidade das mesmas aptidões. No entanto, tudo isso vem em qualidades variáveis, proporcionando realizações que variam consideravelmente no decorrer da vida, segundo os ensinamentos do professor William A. Kelly.
Não obstante todos esses aspectos peculiares das pessoas, naturalmente, são possíveis identificar Características Fundamentais da Família LUZ, procurando traçar um perfil desta Família que, mais particularmente, demonstre as condições vivenciais mais comuns dos seus membros e que possam distingui-la no universo das Famílias brasileiras.
Quando se trata de Características fundamentais de uma Família, como um conjunto de inúmeras pessoas, as mais diversas possíveis, há de se compreender que o que se pretende é identificar as particularidades que estão mais presentes no conjunto geral da Família LUZ, ou na grande maioria das pessoas, como um todo, e não apenas em um segmento familiar, pois nesse caso teria menos representatividade no universo da Família.
As Características arroladas não são exclusivas da Família LUZ, pois podem ser também comuns a outras Famílias. O que se pretende é apresentar um conjunto de Características que sejam mais próprias dessa Família LUZ e que possam realmente traduzir aspectos familiares mais importantes de sua trajetória histórica através dos tempos.
Procurou-se observar alguns aspectos fundamentais, peculiares à própria Família LUZ, e que fossem predominantes, em termos de princípios, de caráter, de qualidades, de atitudes, de procedimentos, de tradições, hábitos e costumes, etc., embora de forma geral, mas que possam caracterizar muito bem a Família LUZ. 
Foram mantidas conversas informais, em busca das informações, que foram devidamente anotadas, com vários segmentos da Família LUZ, tais como agropecuaristas, comerciantes, profissionais liberais, funcionários públicos, professores, pessoas que participam na política, tanto com pessoas mais velhas,  como com pessoas de idade média e com pessoas mais jovens.
Dessa forma, foram obtidas as Características que são apresentadas em seguida, de forma sucinta, para que as mesmas possam ser avaliadas globalmente, no contexto de todo o presente livro.
Um primeiro aspecto a enfocar é o da tendência natural da Família LUZ pelas atividades rurais, pois, desde o início, com os dois irmãos Manoel e Francisco Inácio da Luz, vindos da Bahia para o Piauí, no processo de conquista de novas terras, embora tenham fixado residência em localidades próximas a cidade de Picos, com outras possibilidades de atividades, optaram por se dedicar à agricultura e à pecuária e, assim por diante, tem sido observado que as pessoas da Família apresentam-se com maior propensão para essas atividades rurais, sobretudo, os mais velhos.
Atualmente, já existem pessoas da Família nas mais diversas profissões, inclusive profissionais liberais, que são objeto de comentários em outra parte deste livro, em que se apresenta, em destaque, as pessoas da Família com curso superior.
Na escolha dos nomes para os filhos, observa-se uma tendência em escolher nome composto por dois nomes próprios, especialmente nas Famílias mais antigas. Geralmente, para os homens, a composição é feita de um primeiro nome próprio escolhido e o segundo nome é o do próprio Pai e, para as mulheres, o segundo nome é quase sempre o da Mãe.
Em outras situações, o segundo nome próprio que compõe o nome do homem ou mesmo o primeiro nome foi escolhido em folhinha-calendário anual, sobretudo a conhecida “Folhinha do Coração de Jesus”, que indica nomes, inclusive do santo do dia. E esses nomes às vezes tornaram-se nomes conhecidos como de um novo segmento familiar, embora sempre com o Sobrenome LUZ no final.
Tem-se conhecido assim os casos de segundo nome dos “Teotônio”, dos “Evêncio”, dos “Claro” e de primeiro nome dos “Benvindo”, como sendo quatro irmãos (Joaquim Teotônio da Luz, Antônio Evêncio da Luz, José Claro da Luz e Benvindo Francisco da Luz, este último passando o “Benvindo” para segundo nome a partir dos seus descendentes), cujas Famílias vêm sendo conhecidas por esses segundos nomes até hoje.
É muito comum na Família LUZ os filhos receberem o nome do Pai, acrescido de Filho ou de Júnior; em outras inúmeras vezes, recebem o nome do Avô, acrescido de Neto e, ainda, recebem o nome de um Tio, acrescido de Sobrinho. Também se observa o costume de o nome do filho falecido ainda criança ser colocado novamente em outro filho nascido posteriormente, objetivando conservar aquele nome na Família.
Há também nas Famílias, sobretudo nas mais antigas, um costume de que apenas os homens recebem o sobrenome da Família LUZ e para as mulheres há uma preferência em escolher um sobrenome para o  final do nome como sendo “de Jesus”, acreditando-se que seja em virtude da religiosidade predominante. Em outros casos comuns na Família, os filhos homens descendentes de pai da Família LUZ conservam o Sobrenome LUZ e as filhas mulheres, quando a mãe é de outra Família casada na Família LUZ, conservam apenas o sobrenome da mãe dessa outra Família. Como exemplos, são mencionados os dois casos, como o “de Jesus”, que já vem desde a mãe, e a mãe com sobrenome de outra Família, Leal: Pais:  Eduardo Antônio da Luz e Ana Josefa de Jesus (II). Seus filhos: Antônio Eduardo da Luz, Maria Ana de Jesus (I), Josefa Ana de Jesus e Abel Eduardo da Luz. Pais: José Antônio da Luz e Maria Raimunda Leal. Seus filhos: Luíza Maria Leal, João José da Luz, Isabel Maria Leal e Francisco José da Luz.
Poder-se-ia inferir sutilmente que há um certo convencionalismo explícito ou tácito de que o menino homem diz respeito apenas ao pai e a menina mulher diz respeito apenas à mãe, visto que os filhos homens quase sempre levam o nome ou sobrenome apenas do pai e as filhas mulheres levam o nome ou sobrenome apenas da mãe, especialmente quando esta é de outra Família que não a Luz.
Ainda se tem a situação das filhas mulheres que, pelas circunstâncias mencionadas anteriormente, já quase não recebem o Sobrenome LUZ e, as que o recebem, ao se casarem, geralmente, abdicam do Sobrenome LUZ em seu nome e nos nomes dos seus descendentes, passando a adotar o sobrenome do esposo, de outra Família, ficando toda uma descendência da Família LUZ sem o Sobrenome LUZ, o que é lamentável.
Cada descendente da Família LUZ, que realmente carregue nas veias o sangue resultante de Luz, nunca deve, em hipótese alguma, desprezar este Sobrenome em seu nome e nos nomes de todos os seus descendentes, para que essa Luz continue iluminando os seus caminhos através de todas as gerações futuras até o final dos tempos.
Nos casamentos dos filhos, há um interesse acentuado dos Pais no sentido de que os filhos venham casar-se com pessoas da própria Família LUZ, muitas vezes casamentos realizados entre tios e sobrinhas, primos e primas, etc., sem que essa situação tenha trazido algum problema de saúde na hereditariedade. Essa orientação deve ser uma resultante de tradições antigas, pois desde as Famílias da Bíblia já havia uma pretensão no sentido de que os casamentos dos filhos deveriam ocorrer com pessoas da própria Família e quando isso não se verificava era motivo para insatisfação dos pais.
É patente uma preocupação constante dos próprios casais, envolvendo os pais e até mesmo os parentes mais próximos, em procurar manter o casamento até o final da vida, cônscios ainda com as obrigações, tanto materiais como afetivas, na criação dos próprios filhos, mesmo que haja dificuldades de compatibilidade, de compreensão recíproca e de acomodação entre marido e mulher.
A Família LUZ sempre foi muito religiosa, passando os ensinamentos de pais para filhos, seguindo a orientação católica. Era prática muito comum os casais rezarem o terço em casa todos os inícios de noites com os filhos.
As pessoas da Família LUZ são dotadas de uma simplicidade natural ao se relacionarem com outras pessoas. Sempre se apresentam com naturalidade, espontaneidade, não oferecendo dificuldades ou obstáculos, chegando às vezes a ingenuidade, dispensando tratamento atencioso para com outras pessoas, com todo desprendimento de corpo e alma.
Observa-se um caráter respeitável, alicerçado na moralidade religiosa,  em uma aliança de convicções fortes e vontade firme, com bons princípios de ação e uma vontade enérgica para enfrentar corajosamente os desafios da vida, mesmo que as condições de vida não sejam favoráveis.
As pessoas são fortes e dotadas de um acentuado pendor pelo trabalho, dedicação com todo amor e esforço espontâneo, com muita vontade em conseguir realizações mais promissoras, desde as ocupações mais simples, no campo, até as técnicas, docências, funcionários públicos, no comércio ou mesmo nas profissões liberais, cada uma no contexto em que está inserida. As pessoas procuram sempre fazer o melhor dentro de suas possibilidades pessoais e circunstanciais, com todo o empenho, tudo com esforço pessoal, sem pretender ocupar alguém.
Há um reconhecimento notório da honradez e honestidade sempre presentes na Família LUZ onde quer que os seus familiares estejam em atividade, cuja probidade vem à lume pelas manifestações de outras Famílias que com ela se relacionam no cotidiano.
Alguns nomes da Família LUZ marcaram épocas em seus tempos e eram reconhecidos e respeitados por todos da própria Família, bem como por outras Famílias, em virtude dos comportamentos de seriedade que mantinham em suas vidas, conduta ilibada, gozando de boa reputação nos meios onde viveram e que hoje ainda se tem muitos desses padrões de pessoas que gozam de toda essa situação. 
No relacionamento do dia-a-dia, as pessoas da Família LUZ são muito positivas, atuam com muita franqueza, dizem logo a verdade, sem rodeios ou conversas disfarçadas. Vão direto logo ao que deve ser dito, para esclarecer qualquer situação. Não procuram ludibriar ninguém com conversas falsas e nem tirar proveitos ilícitos.
O espírito de cooperação está presente na convivência familiar. As pessoas não medem sacrifícios para ajudar umas as outras naquilo que for possível, dentro das possibilidades de cada uma, e diante de qualquer situação que esteja necessitando de ajuda. Há uma compreensão da situação de dificuldades por que passam pessoas que estejam sofrendo momentaneamente. Situações dessa natureza são propícias para aproximar mais as pessoas que se sentem sensíveis e capazes de se desdobrar, fibra por fibra, para ajudar o próximo. 
Os negócios são tratados com muita sinceridade, com colocações sobre cada aspecto que envolve a transação, o mais claro possível, sem subterfúgios e nem engodos, pois as pessoas procuram nas transações encontrar um denominador comum em termos do objeto do negócio e do seu preço justo, de tal forma que as partes fiquem satisfeitas em suas pretensões.
As pessoas têm consigo aquele sentimento e comportamento provinciano e por mais que tenham estudado e vivido nos centros metropolitanos não conseguem se livrar completamente dessas pieguices, que sempre reprimem impulsos mais arrojados, na conquista de melhores condições de vida, de posições representativas e de destaque, e mesmo reputação em suas vidas.
Geralmente, se observa uma certa timidez no comportamento das pessoas em suas atuações, no relacionamento com outras pessoas, especialmente com pessoas mais estranhas, com autoridades ou que estejam afastadas do convívio comum, sobretudo quando se trata de pleitear alguma pretensão. As pessoas da Família LUZ mais dão do que recebem e se sentem bem com isso.
As pessoas nunca gostam de pleitear algo de alguém, de buscar suas pretensões ou mesmo necessidades junto a outras pessoas. Pelo contrário, elas têm desprendimento e satisfação em poder servir a outras pessoas, pois gostam mesmo mais de servir do que de serem servidas. Nessas condições, muitas vezes ficam à margem no alcance de vantagens, na obtenção de resultados que poderiam trazer melhores condições de vida para os próprios familiares.
As pessoas não vão atrás das coisas e até mesmo chegam a se acomodar um pouco sobre esse aspecto de pleitear alguma coisa em benefício dos seus, pelo que muitas boas oportunidades foram perdidas pela Família LUZ.
 Toda essa situação de retração possa ter influenciado direto ou indiretamente no retardamento de maiores conquistas, de galgar melhores posições de maior importância e de representatividade da própria Família LUZ no cenário brasileiro.
 A vontade firme de vencer e o esforço pessoal empreendido, mesmo diante de condições pessoais precárias, para enfrentamento das situações adversas e sem oportunidades aparentes,  têm sido o diapasão para conquistar melhores condições na luta pela vida, em busca de um lugar ao sol mais confortável para os familiares.
Por isso mesmo, só vencendo as dificuldades que se nos apresentam no decorrer da vida e só  conseguindo adquirir patrimônio mais confortável, mediante muito trabalho, com denodo, com disposição,  pelo que as pessoas têm muito apego aos bens possuídos, procurando mantê-los  e aumentá-los a todo custo.
Observa-se, com freqüência regular, uma tendência muito forte nas pessoas da Família LUZ, no sentido de estarem sempre participando ativamente na política da sua cidade, do seu município.
Essa participação política apresenta-se ora como simples eleitores ativos; outras vezes, como pessoas  que trabalham engajadas em campanhas políticas em prol de outras candidaturas e mesmo como candidatos próprios, a cargos políticos, e, depois de eleitos, oferecendo os trabalhos pessoais em benefícios dessas comunidades.
Há uma certa representatividade política da Família, embora ainda modesta e quase somente em nível municipal, o que será objeto de comentários mais detalhados em outra parte deste livro.
            O despertar pelos estudos, por parte das pessoas da Família LUZ, só vem ocorrendo em tempos mais recentes. Dessa situação pode-se inferir que deve ser o maior obstáculo que vem impedindo maiores avanços das pessoas em conquistar posições de destaque na própria comunidade em que atuam e mesmo no cenário nacional. O estudo elevado, cada vez mais aprofundado, é a alavanca propulsora para galgar melhores oportunidades na vida, fazendo-se as pessoas presentes nos mais diversos fóruns de reputação na sociedade.
São todas essas Características, como predicados fundamentais da Família LUZ, que dão um direcionamento no sentido de que as pessoas sempre procuram se relacionar da melhor maneira possível com as demais Famílias, mantendo nível elevado de entendimentos e construindo amizades sólidas, que permanecem através dos tempos e que são transmitidas de geração para geração, mantendo-se muito respeito e admiração.
Com fulcro nas informações constantes do presente livro e em complementação às Características Fundamentais, fizemos algumas Observações com a finalidade de indicar evidências de esperança de vida, de comportamentos, de mudanças, de atitudes, de qualidades e de  condições de vida da Família LUZ.
Nem sempre se dispõe de dados estatísticos para fazer uma análise mais acurada sobre qualquer aspecto da Família, pois não há acompanhamento sistemático das possíveis mudanças sob os mais diversos aspectos, no decorrer do tempo, e nem feitos os devidos controles. Também não foi feita pesquisa estruturada sobre esses múltiplos aspectos da Família, procurando definir melhores elementos de convicção para análises mais apuradas.
Com base no que se dispõe e na observação atenta, procurou-se examinar alguns desses aspectos que podem assegurar a indicação de como a Família vem se conduzindo no tempo e no espaço, pelo que são  apresentadas algumas inferências a respeito.
A mortalidade infantil esteve muito freqüente em alguns segmentos da Família que, morando em regiões interioranas e sem condições de assistência médica, ficavam à mercê da própria sorte e nunca recebiam orientações de acompanhamento na gravidez e no parto. Fazer pré-natal era condição desconhecida pela maioria das ramificações familiares, mesmo porque não havia médicos nessas localidades.
Hoje, a assistência médica chega a quase todo lugar, por mais distante que seja, embora ainda não atenda satisfatoriamente à demanda. E as próprias mulheres estão mais conscientes da necessidade de sempre recorrer imediatamente ao médico para cuidar de qualquer problema mais grave.
Essas melhores condições de assistência médica proporcionaram redução considerável na mortalidade infantil em nossos dias e com essa situação a média da esperança de vida foi aumentada na Família. Esse comportamento, nos últimos anos, apresenta-se com melhor “performance” do que a situação brasileira, no global, e, sobretudo, na região do Nordeste, com taxas de mortalidade infantil (óbitos por l.000 habitantes), nas seguintes proporções:
- Anos               1991              1998               1999             2000
- Brasil               44,7               35,9               34,8              29,68
- Nordeste          68,6               54,5               52,7              44,73

Algumas pessoas adultas têm falecido com idade em torno de 50 anos. Outras chegam pela década dos 70 anos de vida. Algumas pessoas alcançaram os 80 anos e pessoas da Família em menor número ultrapassaram os 90 anos, sendo que as pessoas que mais avançaram em idade foram duas mulheres, que vieram a falecer com 98 anos.
Com essas indicações, podemos dizer que a média da esperança de vida das pessoas da Família LUZ está acima da média da esperança de vida da região Nordeste, chegando ao nível da média de esperança de vida do brasileiro, no global, consoante dados a seguir:
- Anos                1991             1998               1999             2000
- Brasil     66,0              68,1                68,4              68,6
- Nordeste           62,7              65,1                 65,5              65,8

A média da esperança de vida do brasileiro teve boa melhoria nesses últimos cem anos, pois, no início do século XX, essa média  era de apenas 34 anos e, em 1950, ainda era da ordem de 46 anos. Essa média de esperança de vida brasileira em 2000 está equivalente à média mundial, que era da ordem de 68 anos.
A população de idosos no Brasil vem tendo crescimento considerável nas últimas décadas. Basta dizer que em 1980 a proporção de idosos na população brasileira era de 16 idosos para cada grupo de 100 jovens e, em 2000, já era quase o dobro: 30 idosos para cada 100 jovens.
Segundo o Censo e a pesquisa Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios, de 2000, do IBGE, a população de 60 anos ou mais de idade, em 1991, era de 10.722.705 pessoas, enquanto em 2000  já era de 14.536.029 pessoas e há uma previsão de que em 2050 os idosos podem chegar a 30 milhões de pessoas, representando, respectivamente, 7,3%, 8,6% e 13% da população brasileira.
Também para 2050, há previsão de 2 milhões de brasileiros que estarão com 100 anos de idade. É oportuno ainda ressaltar a importância do papel do idoso na sustentação da Família brasileira, pois, em 2000,  8,9 milhões desses idosos, representando 62,4% do seu total, são responsáveis ainda pelo domicílio onde moram, mesmo tendo em média 69 anos de idade, embora tenham apenas 3,4 anos de educação formal e ainda, em sua maioria, 64,7% dos idosos têm outras pessoas como seus dependentes.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, no mundo todo, a expectativa de vida deve atingir 73 anos em 2025. Em 2050, não será fantasia imaginar uma vida tranqüila até os 90 anos. Lá pelo final do século XXI, será comum viver até os 140 anos, segundo os cientistas mais otimistas. Um país, como a França, já conta hoje, em 2002, com milhares de pessoas centenárias.
As pessoas mais antigas da Família LUZ viveram mais em condições próprias da zona rural, sobrevivendo com o produto do trabalho na agricultura e na pecuária, dispondo de abundância alimentar básica em arroz, feijão, milho, farinha e carne, mas quase não utilizavam verduras e frutas na dieta alimentar. A gordura utilizada nos alimentos era quase sempre a gordura de porco, de criação própria. Não havia condições melhores de conforto. As doenças surgidas nem sempre recebiam tratamento adequado e de imediato, pois eram grandes as dificuldades de assistência médica .
Nessas situações, a qualidade de vida ficava comprometida, mas, mesmo assim, viviam satisfeitos e tranqüilos em seu labor do dia-a-dia, sem maiores anseios. Nessas condições, os casais criavam os filhos, que sempre eram numerosos, quase sempre em número de 7, 8, 9, 10 ou mais filhos e, ao crescerem, os homens incorporavam-se como mão-de-obra no trabalho rural junto com o pai, e as mulheres ajudavam nas labutas da casa.
A ocupação principal dos homens da Família LUZ era na agricultura e na pecuária, que serviam de fontes para sustentação dos familiares e por isso mesmo o número grande de filhos era uma maneira de contar com mais gente para o trabalho pesado no campo.
Naturalmente, em nossos dias, as condições são outras, em termos de conforto e qualidade de vida, sobretudo para as pessoas que  tiveram oportunidadesde estudar e conseguiram trabalhar em profissões liberais, comerciantes, funcionários públicos, professores, etc., adquirindo melhores condições de vida citadina e também hábitos mais saudáveis em alimentação e conforto, melhorando as condições gerais de vida da Família. 
Os casais passaram a ter menor número de filhos, de 2 a 3, chegando às vezes a 4 ou 5 filhos. Os pais agora já se preocupam com a educação dos filhos, porque vêem nesse caminho um futuro melhor, pelo que os filhos começam a estudar desde cedo e, mesmo enfrentando dificuldades financeiras, em certos casos, pessoas da Família em número crescente vão conseguindo fazer cursos de nível superior, a cada dia mais, como objetivo maior para novas conquistas na vida.
Esse tamanho das Famílias na Família LUZ não é diferente do tamanho médio das Famílias no Brasil, pois na cidade esse tamanho médio, que era de 3,9 pessoas em 1991, foi reduzido para 3,5 pessoas, em 2000, e na área rural esse tamanho médio era de 4,4 pessoas em 1991, reduzindo-se para 4,0 pessoas em 2000, no País como um todo.
Observa-se que a maior concentração de Famílias está realmente naquelas Famílias que contam com 2, 3 e 4 componentes, representando uma proporção de mais de 60% do total de Famílias no Brasil.
Nos casamentos da Família LUZ realizados com pessoas de outras Famílias, geralmente há uma troca de experiências, de costumes, de hábitos e até mesmo mudanças das condições de vida propriamente dita. Alguns desses casamentos trouxeram melhorias consideráveis ao convívio da Família LUZ, sob muitos aspectos. Outros desses casamentos não trouxeram contribuição nenhuma para a elevação do nome da Família e alguns deles até prejudicaram princípios, qualidades e o próprio nível de vida já existente.
As pessoas nas Famílias mais antigas se casavam em idade mais jovem, especialmente as mulheres, que chegavam a se casar até com 14, 15 ou 16 anos, pois as profissões já eram bem cedo definidas: os homens na agricultura e na pecuária, e as mulheres cuidavam dos afazeres de casa, não tendo mais o que esperar e já iam cuidando logo de se organizar em futuros casais e respectivas Famílias.
Depois que as pessoas da Família LUZ começaram a estudar, os casamentos passaram a ser realizados em idade mais madura, pois havia necessidade de dar um tempo para avançarem nos estudos ou conseguirem uma profissão que pudesse dar sustentação na constituição da Família no futuro. As mulheres também, ao realizarem estudos, passaram a procurar outras profissões e começaram a trabalhar fora do lar. Os filhos já vieram em menor número, tendo casais com dois ou três filhos.
Um indicador de modernidade tecnológica hoje em dia tem sido o uso intensivo do computador na residência, uma vez que proporciona a toda a Família inúmeras possibilidades de melhores condições de trabalhos, de estudos, de pesquisas, podendo inteirar-se com facilidade do mundo como um todo, por meio da Internet, que é a rede mundial de computadores e funciona como banco de dados com eficiência comprovada e vem se afirmando como valioso meio de transmissão de informações, por ser um veículo de comunicação muito prático, ágil e de baixo custo, com abrangente e diversificado campo de utilizações.
No mundo desenvolvido, sobretudo, nos Estados Unidos, vem-se observando um aumento considerável no uso do computador domiciliar como ferramenta valiosa no labor do dia-a-dia.
Vale ressaltar que o jornalista americano, Alan Boyle, descendente da Irlanda e com parentes em alguns países do mundo, conseguiu em 15 meses pesquisar suas raízes familiares com a ajuda inestimável da Internet, pelo computador, chegando a montar sua Árvore Genealógica.
No Brasil, o uso do computador em casa vem crescendo também. Basta dizer que no Censo 2000, do IBGE, ressaltou-se a curiosidade de que Brasília-Distrito Federal, tornou-se a cidade com mais computadores por domicílio do País, chegando a 25,5% das residências com esse aparelho, contra 17,5% da capital paulista. A média nacional ainda é da ordem de 10,6%, considerada baixa ao se comparar com a média observada em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, berço da tecnologia de informática, contando com as maiores empresas de todo o mundo nessa área.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em setembro de 2002, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 12,6% das casas brasileiras têm pelo menos um computador.
No Brasil, 10%  do total de residências acessam a Internet, sendo que a Classe A, que representa 5% da população, concentra 42% dos internautas, enquanto a Classe B (19% do total de brasileiros) responde por 49% dos usuários da grande Rede. O grupo formado pelas Classes C, D e E (73% da população) reúne 9% do total de pessoas que acessam o Web. Além disso, os brasileiros têm 31 micros para cada mil habitantes.
Estudos realizados, em 2006, na Secretaria de Logística e Tecnolgoia da Informação do Ministério do Planejamento, dão conta de que já são 19,4% dos brasileiros que têm computador em casa e 14,1% que têm acesso à Internet.
No caso da Família LUZ, não foi feita uma pesquisa específica a respeito, mas, nos inúmeros contatos que foram mantidos em pesquisa para escrever este livro de genealogia sobre a Família, foram identificadas as pessoas com computador e uso da Internet em casa, não chegando a 100 domicílios, representando menos de 3% dos domicílios de toda a Família.