Aspectos Econômicos
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O município de Picos começou com base na pecuária, em razão das fazendas de criação de gado vacum. Como as suas terras nos baixões e áreas ribeirinhas eram dotadas de bom teor de fertilidade, começou-se a explorar a agricultura de forma mais intensiva e só nos últimos anos é que os setores industrial e do comércio tomaram maior impulso desenvolvimentista, sobretudo em virtude da crescente taxa de urbanização da cidade sede.
          Cidade em franco progresso, Picos, além de Pólo de Desenvolvimento da Região, é o maior centro agrícola do Estado, o que o faz conhecido como o “Município Celeiro do Piauí”.
          Situada à distância média de 300 Km das cidades de Teresina, Floriano e São Raimundo Nonato, no Piauí; Juazeiro do Norte e Crato, no Ceará; Petrolina, em Pernambuco; e Juazeiro, na Bahia, e a todas elas ligada por estradas asfaltadas, a cidade de Picos registra vigoroso intercâmbio comercial e crescimento econômico elevado.
          Na pecuária do Município, destacam-se as populações bovina, suína, eqüina, asinina, ovina,  caprina, muar e avícola, tornando-se este setor importante para a economia regional. Há alterações consideráveis em suas quantidades de cabeças, de período para período, conforme se observa no quadro a seguir, havendo redução desses rebanhos para menos da metade nos anos de 1997 e 1999, em comparação com suas maiores populações verificadas no período:

Município de Picos – População Pecuária – Efetivo em Número de Cabeças


Pecuária

1975

1977

1980

1983

1985

1987

1990

1993

1995

1997

1999

Bovinos

30.972

32.183

33.910

23.425

35.666

38.487

39.551

35.851

39.605

15.592

15.732

Suínos

31.670

30.395

25.649

15.490

32.944

34.611

31.398

24.149

25.670

10.642

10.607

Eqüinos

2.415

2.109

1.673

1.569

1.632

1.713

1.534

1.383

1.462

432

431

Asininos

7.727

5.888

5.000

4.902

5.155

6.469

5.868

5.249

5.548

2.174

2.172

Muares

1.972

1.317

1.425

1.076

1.124

1.174

1.065

940

989

154

153

Ovinos

12.236

12.523

14.194

11.192

12.046

12.900

11.945

9.286

10.239

5.340

5.419

Caprinos

9.618

10.116

10.392

8.513

8.959

9.668

8.953

6.976

7.698

1.618

1.561

Aves

155.218

157.904

164.401

81.174

178.906

201.081

218.077

169.717

187.635

79.563

79.686

        Fonte: IBGE – Produção da Pecuária Municipal

          São nas pequenas propriedades agrícolas de Picos que mais se desenvolve a atividade agrícola. Nas terras altas e chapadões, cultivam-se feijão, mandioca e caju. E nas terras baixas, algodão, milho, arroz e cana-de-açúcar. Nas vazantes dos rios Guaribas e Itaim, plantam-se alho e cebola, cuja produção credencia Picos como o maior produtor do Estado. O município de Picos é conhecido internacionalmente como a capital do alho.
          Em 1977, o algodão apresentou-se como a cultura mais importante, com produção atingindo 3.251 toneladas, colhidas numa área de 14.450 hectares, segundo informações da  Secretaria da Agricultura do Estado.
          As safras desses produtos apresentam variações, de período para período, sobretudo em função das chuvas, como se pode observar no quadro a seguir, havendo considerável queda de produção nos anos de 1997 e 1999, em relação a 1995:

Município de Picos – Produtos Agrícolas – Quantidade em Toneladas


Agricultura

1975

1977

1980

1985

1987

1990

1993

1995

1997

1999

Algodão

-

3.251

1.732

3.469

375

42

76

225

1

4

Alho

48

117

210

240

480

666

200

84

6

6

Arroz Cas.

2.700

450

324

5.162

10.134

8.222

4.340

10.316

2.418

1.807

Cana Aç.

1.400

1.250

1.250

2.880

2.880

2.400

1.400

2.160

432

360

Cebola

22

29

29

35

40

78

34

48

-

12

Feijão

4.250

2.400

1.193

2.215

2.375

1.093

185

1.865

419

450

Mandioca

500

2.430

2.160

46.800

112.752

152.640

6.350

67.392

11.250

3.975

Milho

7.269

3.015

1.315

18.834

13.139

1.293

102

4.360

1.972

1.920

            Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal

          Foi surpreendente o progresso industrial de Picos, com a implantação das Indústrias Coelho S/A, para a produção de fios e tecidos, com 1.100 funcionários e uma produção diária de 20 toneladas de algodão e 23.000 metros de tecidos, exportando para a Europa, Estados Unidos, ásia e Norte da áfrica.
     Surgiram outras indústrias, como as indústrias Carlos Henrique Comércio e Indústria, Apiagro, Pingüim-Refrigeração, Indústria de Doces Palmom e K-lux. Existem ainda outras indústrias de menor porte contribuindo com o progresso de Picos.
          Na extração vegetal, em 1980, produziram-se 8.860 m3 de madeira em toras, 130.300 m3 de lenha, 26,6 ton. de carvão vegetal e 262,7 ton. de cera de carnaúba, nos valores de Cr$2,9 milhões, Cr$11,2 milhões, Cr$186,0 milhões e Cr$13,3 milhões, respectivamente. Em 1987, essa produção foi de 12.000 m3 de madeira em toras, 162.000 m3 de lenha e 237 ton. de cera de carnaúba.
A apicultura vem sendo desenvolvida em Picos com grandes resultados. A produção de mel movimenta R$70.000,00 por mês. Na época do inverno, o faturamento pode alcançar R$140.000,00. Essa produção começou a se desenvolver em 1975, com a chegada a Picos do apicultor Arlindo Wenzel, paulista descendente de alemães, vindo de Bauru-SP, onde já exercia essa atividade desde 1951.
Atualmente, já existem empresas que exploram esse ramo, como Mel Wenzel Indústria e Comércio Ltda., Apiagro, BOMMEL, Cooperativa Apícola de Picos (CAMPIL). O mel piauiense é considerado o melhor mel do Brasil, isso porque se trata de um mel orgânico. Em 1986, ganhou a medalha de melhor mel do mundo, no Congresso de Apimondia, realizado no Japão. No mês de julho de 2002, em Campo Grande (MS), foi realizado o Congresso Brasileiro de Apicultura, onde o mel produzido na região de Picos, o chamado “mel de marmeleiro”, foi certificado, por meio de concurso, como o melhor mel do Brasil. A apicultura piauiense movimenta R$5.000.000,00 com a produção de 3.500.000 quilos de mel por ano.
Os comerciantes instalados em Picos-PI. possuíam lojas de tecidos, calçados, ferramentas, tintas, pregos e vários outros produtos e também compravam e negociavam com algodão, gado, peles e couro, que exportavam para os estados do Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba e Goiás. As mercadorias eram conduzidas em cargas, nos burros, que iam a esses centros comerciais maiores, trazendo, na volta, materiais que se precisava para comércio, em Picos-PI.
Somente algum tempo depois apareceram os carros de carroceria para transporte dos produtos para o comércio. O primeiro caminhão ou carro de carroceria chegou a Picos em 1925 e pertenceu ao senhor Barroso, o segundo ao senhor Ari e o terceiro ao senhor José Dias. O primeiro “Misto” pertenceu a Seu Jacó e era uma espécie de caminhão com cobertura,  bancos inteiros e entradas pelas laterais e que transportava pessoas e bagagens, sendo a maioria das viagens  feitas para Teresina, capital do Piauí.
          O ativo intercâmbio comercial foi se estendendo a outras principais praças, não apenas com os Estados vizinhos, mas também com São Paulo e Rio de Janeiro, certamente concorrendo para o crescimento do número de estabelecimentos mercantis em Picos.
As feiras livres tornaram-se as maiores fontes de renda e arrecadação do município de Picos. A primeira feira livre foi organizada em 16 de setembro de 1845, localizada na Rua do Foguete, atual Coelho Rodrigues, quando foram comercializados animais de carga, como burros e jumentos e produtos cultivados na terra, como arroz, milho, feijão e ainda miudezas em geral, tudo ocorrendo embaixo de um pé de cajá.
Vieram comerciantes de outros Estados com seus produtos. Em 1848, a feira foi transferida para a Rua do Cantinho, atual Rua Coronel Luís Santos, com muita gente vendendo e comprando, ficando a feira cada vez maior. Nessa localidade, os feirantes armaram seus pontos de venda à sombra de pés de juazeiro e umbu. A grande enchente de 1861 destruiu toda a feira, tendo sido transferida para a Praça Félix Pacheco.
          É importante lembrar que o Mercado Público de Picos foi construído pelo Prefeito (Intendente) Francisco de Sousa Santos e inaugurado em 1º de janeiro de 1924, que ainda hoje serve à população picoense e aos municípios vizinhos, tornando-se o centro do maior comércio da região.
          Essa feira livre de Picos é considerada como a maior do Piauí, chegando a ser comparada com outras grandes feiras livres do Nordeste, acontecendo costumeiramente aos sábados, quando se verificam grandes concentrações de pessoas vendendo e comprando de tudo, não só nas praças ao redor do Mercado Público, mas em outras praças e logradouros públicos da cidade. Com o constante crescimento do movimento mercantilista, já se constata, nos últimos anos, a realização da feira em outros dias da semana, sobretudo a partir das quartas-feiras, alcançando o município de Picos a maior arrecadação de ICMS do Estado.
Na cidade de Picos acontece também a maior feira de gado do Piauí, quiçá do Nordeste, que vem funcionando há muitos anos. É conhecida a existência dos boiadeiros que geralmente compram o gado dos fazendeiros e o levam para vender na feira de Picos. O gado é trazido de muitas regiões do Estado e também de outros  Estados vizinhos.
Quantas vezes, o Autor deste livro, ainda menino no lugar Gentio, município de Picos, onde nasceu, ficava à beira da estrada observando passar as boiadas em direção a Picos, tocadas por tangerinos e vindas do distante Estado de Goiás.
Havia uma área reservada, ficando um tanto próxima ao centro da cidade de Picos, depois da Rua da Malva, onde se verificava a concentração da feira de gado, ocorrendo ali também o abatimento das reses para abastecimento de carne aos açougues. Todas as semanas, principalmente nos dias de sexta-feira e sábado, verificavam-se grandes aglomerações de pessoas, na sua maioria compradores e vendedores de gado, e pessoas que cuidavam dos animais, mas também eram observadas inúmeras outras pessoas que iam ao local da feira para ver a quantidade e diversidade do gado, e mesmo para apreciar o movimento.            
 Com base em dados do IBGE, o algodão, chamado por Luiz Gonzaga de “Ouro Branco”, em pluma, já alcançou 60,3% do valor total das exportações do Município de Picos; o algodão em caroço 15,4%; e a cera de carnaúba, conhecida como o “Ouro Verde”, chegou a 12,6%, perfazendo, os três produtos, 88,3%. Os 11,7% restantes couberam, em ordem decrescente, ao feijão, ao milho, à rapadura, ao arroz descascado, ao alho e à cebola.
          Aspecto importante também para a economia de Picos foi a construção da Ponte sobre o Rio Guaribas, na BR-316, com início em 1949, no quilômetro zero da Rodovia Transamazônica,  proporcionando passagem sobre o rio para toda espécie de transporte que transite por Picos.
          A cidade de Picos conta com os serviços de transportes das empresas: Líder, Transpar, Gontijo, Guanabara, São Geraldo, Açailândia, Boa Esperança, Progresso, Redenção, Redentora, Viação Itapemirim, Timbira, Princesa do Agreste, entre outras, além dos transportes alternativos e uma grande frota de táxis e de moto-táxis. Dispõe ainda de um aeroporto com pista de 1.500 x 24 metros, com piso de asfalto, ficando a 8 Km do centro da cidade, dispondo de hangar e casa de passageiros.
          As principais ligações rodoviárias por ônibus de Picos para outras localidades se fazem nas seguintes distâncias e tempos médios:
                                                   
Distâncias Rodoviárias e Tempos de Picos a Outras Localidades:


LOCALIDADES

DISTÂNCIAS (KM)

TEMPOS DE PERCURSO(HORAS)

Belém – PA.

1.265

20:00

Brasília – DF.

2.375

50:10

Dom Expedito Lopes – PI.

25

00:20

Floriano – PI.

204

03:30

Fortaleza – CE.

481

07:30

Francisco Santos – PI.

51

01:00

Ipiranga do Piauí – PI.

50

00:40

Itainópolis – PI.

53

00:45

Jaicós – PI.

49

00:35

Luís Correia–PI.(Litoral do Piauí)

370

06:00

Oeiras – PI.

84

01:20

Pimenteiras – PI.

149

02:30

Recife – PE.

783

15:00

Rio de Janeiro – RJ.

2.177

47:10

Salvador – BA.

816

16:00

Santa Cruz do Piauí – PI.

68

01:00

São Luís – MA.

767

15:20

Santo Antônio de Lisboa – PI.

22

00:30

São José do Piauí – PI.

29

00:40

São Paulo – SP.

2.664

53:10

Valença do Piauí – PI.

105

01:30

Teresina – PI.

310

05:00

          Centenas de caminhões de carga, diariamente, fazem paradas nos inúmeros postos de gasolina e hotéis, à margem da BR-316, que passa junto ao centro da cidade, num movimento que impressiona aos visitantes e até mesmo aos seus moradores, já acostumados com o vaivém incessante dos enormes caminhões em trânsito ou que chegam para deixar as cargas procedentes do Sul do País e regressar com os gêneros exportados pelas firmas atacadistas que negociam com os agricultores da região.
          Tendo em vista a importância socioeconômica e a sua posição de entroncamento rodoviário e pólo central da região Centro-Leste do Estado, diversos órgãos foram se instalando na cidade de Picos, voltados para o desenvolvimento da Microrregião.
          A sede do município contava com cinco bancos em 2002: duas agências do Banco do Brasil S/A, havendo iniciado suas atividades em Picos no dia 15 de abril de 1944, tendo como Gerente atual da agência principal Luiz Tarciso Coelho Bezerra; os demais apenas com uma agência: Banco do Nordeste do Brasil S/A - Gerente Francisco de Assis Martins de Sousa, Caixa Econômica Federal - Gerente Mônica Maria Barbosa Ramos Campos, Banco Brasileiro de Desconto (Bradesco) – Gerente Amadeu Laurentino Dantas e Banco do Estado do Piauí – Gerente Martinho de Sousa Bezerra.
O 3º Batalhão de Engenharia de Construção – 3º BEC, criado pelo Decreto nº 42.921, de 30 de dezembro de 1957, com sede em Natal-RN, foi transferido para Picos-PI. pelo Decreto nº 67.423, de 20 de outubro de 1970, abrangendo sua atuação também os Estados do Ceará e do Maranhão, e vem realizando várias obras, principalmente de infra-estrutura e desenvolvimento sustentável,  trazendo melhorias para a cidade e para toda a região.

��������� Mencionamos ainda os seguintes órgãos instalados no município: SEBRAE, SESI, SENAI, CEPISA, TELEPISA, DETRAN, DER-PI., DNER, EMATER, EBCT, 4º BPM, DELEGACIA REGIONAL DE POLíCIA, AGÊNCIA DA RECEITA FEDERAL, SECRETARIA DA FAZENDA, IBGE, SUCAN, SENAR, MTB, CONAB, AGESPISA, DECOM, INSS, IAPEP, PAM, 9ª DRE, 9ª DRS, UFPI, UESPI, ETELPI, PREMEN, etc.
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