In Memoriam
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No descortinar do tempo, a humanidade vai passando por tantas plagas, as mais diversas conhecidas, caminhando altaneira na sucessão de gerações.


As origens da humanidade estão recheadas de controvérsias discutíveis, pois os estudiosos não vislumbraram com exatidão um princípio único, deixando margem a diferentes entendimentos de como realmente o ser humano começou.


O importante é que o gênero humano tem evoluído e muito nesse caminhar de milênios, buscando novas condições de vidas.


Os vestígios mais longínquos quase não são bem caracterizados e dão testemunhos de quantas condições de vida humana foram perpassadas, em mutações contínuas, através do tempo, para que chegassem aos nossos dias.


Os meios disponíveis nem sempre foram favoráveis para os registros das condições de vida da humanidade, nesses milênios de anos, sobretudo a Documentação dos atributos das pessoas humanas vividas nas mais adversas possibilidades.


Tudo isso pode ser motivo para não se dispor hoje de melhores condições de investigação da condição humana em toda a sua existência.


Entretanto, um predicado com a acuidade de preservar a história talvez não tenha aflorado com maior intensidade no sentimento da pessoa humana, nesses tempos remotos, com o propósito de documentar o seu passar pelo tempo, de maneira mais completa e indelével, identificando melhor as peculiaridades de costumes, hábitos e tradições.


E ainda até hoje, embora não se possa ter melhor entendimento a respeito, há pessoas humanas que não valorizam essa Documentação da historicidade da nossa espécie e preferem sucumbir facilmente no esquecimento do tempo.


Em um primeiro livro de contos que escrevi, "Fragmentos de Vida", tendo sido laureado em 1º lugar com o prêmio "Governador Chagas Rodrigues", no II Grande Concurso Literário, promovido pela União Piauiense dos Estudantes Secundários (UPES), em Teresina _ Piauí, no ano de 1962, eu já registrava em uma Dedicatória: "Aos que começam a enveredar no caminho da literatura, procurem produzir e deixar alguma coisa de utilidade para os leitores do futuro".


É inegável que cada povo tem a sua história e que essa história é composta pelas histórias das Famílias que, por sua vez, representam um relato da atuação dos seus componentes, conforme já afirmava o Visconde de Porto Seguro: "Por mais que corram os séculos, não há país, embora blasone de mui republicano, que não aprecie sua aristocracia, isto é, a nobreza hereditária, sendo que a tradição das Famílias vem, com o andar dos tempos, a constituir a história da pátria".


Não importa que se trate de Famílias nobres e ilustres, ricas e de reputação ilibada. As Famílias comuns, humildes, pobres e trabalhadoras também têm histórias. Toda Família tem a sua história.


"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia. Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas. Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo com exatidão. É o mesmo que mutilá-lo", segundo menciona Carl Jung, citado por Renato Octávio Carrazedo, em "Carrazedo _ Uma Família do Rio de Janeiro".


A história familiar, geralmente, é transmitida de forma oral de geração a geração, inclusive com a absorção de costumes, hábitos e tradições, que vão sofrendo mudanças no decorrer do tempo.


Nessas condições, a história familiar vai se apagando no passar do tempo, pela falta de registro mais consistente que permaneça para sempre, porque só assim as gerações futuras poderiam conhecer melhor como foram os seus antepassados e em que condições viveram neste mundo.


Urge, portanto, que toda a história seja escrita e documentada de forma permanente, para que se possa sempre dar conhecimento de todo o passado às gerações futuras. Na história familiar, a genealogia proporciona os caminhos de como registrar todos os elementos necessários para essa Documentação.


Em uma outra oportunidade, versejando sobre os meus sentimentos, em um quarteto de poesia, eu já dizia:


"Quem vive e não sente essa grandeza


Não vive a vida que poderia viver,


É um ente desligado de toda natureza


Vivo e não vive e é melhor morrer".


Feliz a Família em que nasce alguém, em algum tempo do passar da sua história, com sentimentos e propósitos firmes de documentar essa história por escrito para as gerações futuras.


E é essa a minha intenção singela de escrever a Genealogia da Família LUZ, para que as gerações que venham no porvir possam conhecer melhor o passado de todos nós da Família, até aonde pude ir pesquisando no passado, pois muitas informações já se perderam no tempo.


Assim, quero reverenciar todos quantos no decorrer do tempo passado procuraram preservar a identidade da sua gente, do seu povo, objetivando levar até as gerações futuras os costumes, os hábitos, as tradições e os atributos dos ancestrais.


Aos meus queridos Pais que, mesmo morando na área Rural, com muitas dificuldades, iniciaram-me no caminho do saber ... o meu eterno amor. Foi minha Mãe, Maria Stela de Jesus, quem, ainda na minha adolescência, atendeu minha primeira curiosidade de saber quem foram os meus antepassados, tornando-se a primeira fonte deste livro.


O meu reconhecimento a todos os antepassados da Família LUZ, que souberam preservar, até os nossos dias, as Características fundamentais de nossa Família, sobretudo a Joaquim Teotônio da Luz, o primeiro da linhagem dos "Teotônio", permanecendo esse sobrenome até hoje.


Tributo especial deve-se a Inácio da Luz, que teve a coragem e a disposição de deixar o seu país, Portugal, com toda uma história passada de familiares, de vida através dos séculos, para vir morar no Brasil, uma nova terra desconhecida, com muitas incertezas, fincando aqui toda uma história da Família LUZ, até o presente e para a posteridade.


Aos que ficaram em Portugal e deram continuidade à Família Luz, naquele país, o meu apreço, de quem muito gostaria de restabelecer relações com essas pessoas para melhor conhecê-las, estreitando os nossos laços de amizade e parentesco, não importando a distância no tempo e no espaço.


A todos, tanto os de lá como os de cá, o meu preito de eterna gratidão, por terem construído alicerces duradouros de caráter, de moral, de honradez, de honestidade, de simplicidade e de coragem, passados de geração a geração, preservando esses valores grandiosos até os nosso dias, e acredito que possam continuar pelo porvir para sempre.


Esse raio luminar dos LUZ clareou um dia, no horizonte do tempo passado, e vem conduzindo essa trajetória familiar incólume, de geração em geração, no trepidar dos séculos, até quando Deus nos permitir. E os nossos ancestrais foram o raio de LUZ que nos iluminou nesse caminhar pela vida, e nós, da geração atual, seremos o raio de LUZ que iluminará as gerações futuras, e assim sucessivamente, até o final dos tempos.


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